Por Giovanna Pordeus
A procura por produtos cosméticos tem crescido significativamente a cada ano. Isso abre espaço para uma variedade de compostos químicos serem comercializados e, junto a elas, vêm, também, os potenciais riscos à saúde pela utilização errada dessas substâncias, gerando preocupação nos especialistas. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec) apontam que, nos primeiros quatro meses de 2023 no Brasil, essa indústria apresentou um aumento de quase 31% quando comparada ao mesmo período no ano anterior.
Para Alice Bezerra, professora do curso de Farmácia da UNINASSAU Petrolina, um dos principais impulsionadores da utilização indiscriminada de produtos estéticos é a busca pelo tão idealizado “padrão de beleza”. “Para alcançar um corpo, cabelo e pele considerados socialmente ‘perfeitos’, as pessoas se submetem a diversas situações. Isso vai desde o uso excessivo de cosméticos até procedimentos estéticos invasivos, o que pode afetar não apenas a saúde física, como trazer impactos significativos na saúde mental das pessoas”, afirma.
“A utilização desmedida dessas substâncias químicas presentes em cosméticos convencionais e a exposição contínua a elas podem gerar diversas consequências negativas, como reações alérgicas, processos anafiláticos, dermatites e, até mesmo, quadros graves de intoxicação”, explica a farmacêutica.
Diante desses riscos, a indústria já apresenta alternativas mais seguras e sustentáveis para a beleza. “Temos, no mercado, opções como os cosméticos naturais; os veganos, isentos de qualquer subproduto de origem animal; e os orgânicos, produzidos de forma sustentável, sem inseticidas, hormônios, antibióticos, organismos geneticamente modificados etc.”, orienta Alice.
“Não se pode prejudicar a saúde mental nem física para alcançar padrões estéticos que não precisam ser seguidos. Se persistir a vontade em utilizar serviços e produtos em busca de mais beleza e autoestima, é fundamental buscar orientação adequada com profissionais habilitados, como um farmacêutico, fisioterapeuta dermatofuncional, biomédico esteta e médico dermatologista etc. Com isso, é possível realizar uma abordagem mais saudável e racional do uso de cosméticos”, assegura.
Comentários