Por Giovanna Pordeus
Crianças estão expostas a diversos acidentes, principalmente os domésticos. Os mais comuns são queimaduras – seja por sol ou líquidos quentes –, afogamentos, quedas, fraturas, intoxicações e engasgo. Para cada uma delas, há uma determinada forma de prestar assistência. No Brasil, em 2022, estes tipos de acidentes provocaram mais de 8,6 mil mortes de crianças e adolescentes entre 0 e 14 anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
O despreparo para lidar com situações que exigem conhecimentos básicos de primeiros socorros, seja em casa ou em ambientes externos, pode impedir a prestação de ajuda. Portanto, saber identificar os sinais é imprescindível, especialmente em um grupo vulnerável, como o infantil. “É possível reconhecer os indícios de uma emergência mediante as alterações dos sinais vitais, ou seja, estado de consciência, coloração da pele e respiração da criança. Dessa forma, o adulto conseguirá agir e lidar de forma rápida, evitando sequelas mais graves”, explica Anna Paula Lima, docente do curso de Enfermagem da UNINASSAU Petrolina.
“As crianças também precisam aprender sobre primeiros socorros, pois isso permite que elas não só reconheçam quando estiverem em risco, mas identifiquem situações semelhantes e acionem imediatamente um adulto”, continua. A enfermeira ainda ressalta a importância de promover ambientes seguros. “Deixar objetos pontiagudos ou perigosos fora do alcance dos pequenos, instalar protetores em tomadas elétricas e supervisioná-los em áreas de risco são medidas seguras e eficazes”, orienta.
“Além de evitar que a criança fique exposta aos riscos, é ideal ela ter uma farmacinha dentro da mochila, a qual deve ser manuseada apenas por adultos. É possível organizá-la de acordo com a faixa etária e com os itens básicos: ataduras (10 e 15 cm); cinco pacotes de compressa de gaze; adesivos curativos; uma unidade de esparadrapo (em caso de alergia, utilizar micropore); três pares de luvas de procedimento; termômetro; antisséptico, antitérmico e antialérgico (recomendados pelo(a) pediatra); soro fisiológico 0,9%; e uma tesoura afiada".
Sobre os maiores erros na hora de prestar os primeiros socorros, Anna Paula afirma que o principal deles é não manter a calma. “O primeiro princípio básico é a avaliação da cena e o nervosismo pode impedir que isso aconteça. Também há a realização de alguns métodos completamente equivocados, como utilizar água morna em pancadas; provocar vômitos ou oferecer leite em caso de ingestão de substâncias tóxicas; remover objetos de nariz e ouvidos por conta própria; usar sal, borra de café, açúcar ou outro produto para estancar hemorragias; e o mais arriscado: adiar a procura de atendimento profissional de urgência ou o acionamento do SAMU”.
A frequência de acidentes domésticos na infância e na adolescência evidencia a necessidade de promover a conscientização e a preparação de adultos e crianças para emergências. Os pais também devem se certificar de que as escolas as quais os filhos estudam estejam cumprindo com a lei federal que determina a presença de profissionais habilitados para prestar primeiros socorros dentro de espaços escolares públicos e privados. Desta forma, é possível garantir eficiência diante de situações críticas e salvar vidas.
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