Um país perplexo e em comoção. Esse foi o sentimento dos brasileiros nesta última semana, após o acidente aéreo que vitimou 71 pessoas, entre elas os jogadores e dirigente do Chapecoense, time brasileiro de futebol, e dezenas de jornalistas de várias emissoras que acompanhavam a equipe para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana.
O acidente leva consigo os sonhos de 71 famílias, uma cidade de 200 mil habitantes e de todo o estado de Santa Catarina, que via, pela primeira vez um time catarinense chegar tão longe em um campeonato internacional. Os motivos do acidente ainda não estão confirmados, entretanto, gravações do piloto com a torre de comando de do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín, na Colombia, dão conta que o avião teve uma pane elétrica causada pela falta de combustível.
O acidente entra para a história do esporte internacional como uma das piores tragédias envolvendo times de futebol e atletas de outras modalidades, sendo a primeira com uma equipe brasileira. Em 4 de maio de 1949, o time de futebol do Torino voltava de um amistoso em Lisboa, quando o avião caiu durante uma tempestade. Em 28 de outubro de 1949, o avião com o pugilista francês Marcel Cerdan, que estava de partida para os Estados Unidos para reconquistar seu título mundial, caiu durante a noite perto do arquipélago de Açores. Em 1961, toda a equipe de patinação artística dos Estados Unidos morreu na queda do avião a caminho de Praga, onde disputaria o campeonato mundial da modalidade.
Mas, o que de fato causou o acidente? Irresponsabilidade ou uma fatalidade? As autoridades colombianas querem concluir em até 6 meses a investigação. O futuro da Chapecoense também é incerto e todos os clubes brasileiros sugeriram a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) imunidade de rebaixamento pelos próximos 3 anos para a equipe.
Em meio ao sentimento de perda que abalou o Brasil, o que pudemos ver foi a solidariedade e o respeito do mundo. As homenagens às vítimas foram estampadas durante as partidas de jogos europeus e outros momentos. Mas, o mais marcante deles, antes da cerimônia de velório que aconteceu no estádio da Chapecoense, em Santa Catarina, foi ver 45 mil colombianos lotarem o estádio Atanasio Girardit, do Atlético Nacional – além das 55 mil pessoas que ficaram na área externa – para homenagear às vítimas do acidente.
Torcemos pela recuperação dos sobreviventes. Torcemos para que a Chapecoense se erga depois de tamanha tragédia. Torcemos pelas famílias e amigos das vítimas, para que consigam seguir em frente. Mas, acima de qualquer coisa, aplaudimos as pessoas que tiveram sua vida interrompida de uma forma tão trágica. E torcemos também para que as autoridades nunca mais permitam que companhias de aviação e pilotos irresponsáveis coloquem a vida de seus passageiros em risco. Vamos, vamos, Chape!
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