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Por Lívia Monteiro
A raiva é uma doença infecciosa grave que afeta o sistema nervoso central, podendo causar paralisia, espasmos, mudança de comportamento e desorientação. Causada pelo vírus Lyssavirus, ela é classificada como uma zoonose, ou seja, pode ser transmitida entre animais e humanos. Apesar do eficiente controle antirrábico no Brasil, a doença tem alto índice de letalidade em ambos os casos.
A transmissão acontece pelo contato direto, principalmente por meio da saliva em situações de mordidas ou arranhões. Os morcegos são apenas uma das várias espécies de mamíferos que podem transmitir a doença. Além deles, há os animais silvestres (macacos, raposas, saguis etc.), cachorros, gatos, roedores, bovinos, equinos, suínos e caprinos.
Embora acredite-se que todo morcego se alimente de sangue, apenas três das 1.456 espécies catalogadas mundialmente são classificadas como hematófagos. A maioria das espécies encontradas em centros urbanos se alimentam de insetos, frutos e néctar de plantas, sendo, assim, agentes para a polinização das plantas e o controle de pragas. "A transmissão por meio dos não-hematófagos se dá, principalmente, quando humanos, cachorros ou gatos entram em contato com a secreção salivar do animal já morto", explica Andressa Pinheiro, veterinária e professora do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte.
Apesar desse mamífero ser um dos vilões da transmissão da raiva, a contaminação é considerada rara. De acordo com o último Boletim Epidemiológico lançado pelo Governo do Estado do Ceará, entre 2007 e 2023, o principal agente transmissor da raiva foi o sagui, seguido por cão e morcego. Em caso de suspeita de contato direto com animais infectados, é importante lavar o local lesionado com água corrente e sabão, bem como procurar um centro de saúde para iniciar o protocolo de profilaxia pós-exposição, composto por quatro doses de vacina e/ou soro antirrábico.
“Diferente dos animais domésticos, não há vacinação antirrábica para morcegos. O que existe é um controle e mapeamento, pela vigilância epidemiológica do município, de cavernas e abrigos. O objetivo é avaliar se há a presença ou não do vírus nessa colônia de animais”, finaliza a veterinária.
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