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Solteiro sim, sozinho nunca

No Dia dos Solteiros, conversamos com o psicólogo Flávio Romero Júnior sobre a importância de sentir bem fora de um relacionamento afetivo ou conjugal
Por: Henrique Nascimento 14/08/2018 - 12:41 - Atualizado em: 15/08/2018 - 08:35
Solteiro sim, sozinho nunca/Freepik
O bem-estar pode ser alcançado através de diferentes projetos de vida
Tom Jobim já dizia que “é impossível ser feliz sozinho” e ele estava certo. O que o compositor não contava é que é possível ser feliz solteiro. Sim, a premissa “solteiro sim, sozinho nunca” marca bem a diferença entre esses dois status de relacionamento. Flávio Romero Júnior, psicólogo e supervisor da Clínica de Psicologia da Uninassau, explica que, como seres humanos, temos a necessidade de estar sempre nos relacionando uns com outros. Portanto, o “sozinho nunca” não se aplica apenas a ter contatinhos, mas ter familiares, amigos e outras pessoas próximas que te façam bem.
 
Solteiros costumam ter mais amigos e se empenham mais para manter o relacionamento com os pais e familiares de acordo com uma pesquisa divulgada em 2015 no Journal of Social and Personal Relationships. O estudo utilizou dados censitários dos Estados Unidos para compreender as relações entre adultos com parentes, amigos e comunidade. Os dados ainda destacam que pessoas casadas costumam ser mais reservadas com seu círculo de convivência.
 

Não há garantia para a felicidade

Ao mesmo tempo que é possível estar feliz sem estar acompanhado, não existem garantias que um relacionamento afetivo ou conjugal trará bem-estar. Pelo contrário, “estar com o outro, inclusive, assegura que vão haver tensões, pressões”, afirma Flávio Romero Júnior. No entanto, “nos dá aquele conforto de não estar se sentindo só. Porque o outro vai vir nessa lógica de complementaridade, de agregar algo para a gente”.
 
É preciso compreender que a realização pessoal pode ser alcançada em diferentes projetos de vida. Quem, ainda jovem, opta por se dedicar, por exemplo, a carreira profissional, pode sim estar feliz. Não é preciso manter uma relação de casamento ou afetiva estável para que se diga que isso é de fato a felicidade
 

A autonomia também promove a plenitude

Ter o controle sobre a própria vida pode promover satisfação aos solteiros. “Essa autonomia é saudável no sentido de fazer com que a gente possa escolher aquilo que vai afetar o nosso crescimento e desenvolvimento. Perdê-la seria uma passividade”. Flávio ainda acrescenta que níveis independência são fundamentais dentro de todos os tipos de relação humana. Do contrário, o indivíduo pode ser manipulado ou se sentir manipulado
 

A autonomia não pode ser sinônimo de rigidez

Como sujeito continua sendo importante compartilhar momentos e tomadas de decisões. Nem sempre você terá uma autonomia determinante. Como apresenta Flávio Romero: “há algo que também é construído na relação com o outro. Se eu defino só o que eu quero do jeito que eu quero, esse outro também não pode ser tão passivo a acatar. Isso vai gerar tensões que não serão conciliadas”. A autonomia utilizada de forma excessiva é um caminho para a solidão.
 
“No cenário atual, as pessoas estão tão individualistas que não encontram ninguém que possa vir complementar. Então elas ‘optam’ viver só, porque essa solidão faz com que elas possam ‘melhor estar só do que mal acompanhadas’. Quando na verdade estão tão autônomas, seletivas demais, que parece não haver nunca alguém que se adeque a elas. Como se existissem pessoas certinhas, prontinhas que a gente pudesse encontrar. Ao contrário, a gente vê que as pessoas cada vez estão mais e são diferentes. Então, o jogo está nisto: em poder negociar. Essa autonomia não pode ser rigidez”, conclui o psicólogo.
 

Quando o sentimento de solidão gera sofrimento

Em algumas situações, estar solteiro pode provocar sentimentos de inconstância, desespero e angústia. O que leva a fragilidade emocional e a um possível processo depressivo. Nesses casos, é preciso procurar um psicólogo. “Provavelmente as dificuldades que essa pessoa está enfrentando não estão no outro, estão com ela. Na psicoterapia é possível que ela se dê conta do que interfere na vida dela e tem sido buscado para o outro substituir e encontre o equilíbrio”, pontua Flávio.
 
A Clínica Escola de Psicologia da Uninassau atende diferentes públicos por um custo simbólico. Confira as informações:
 
O quê: A Clínica Escola de Psicologia
Para quem: Atende crianças, adolescentes, adultos e idosos. Os atendimentos são individuais.
Que horas: Das 8h às 20h, de segunda a sexta,
Onde:  Rua Ana Angélica, 45, bairro do Derby - no período de férias não há expediente. Também há atendimento em regime de plantão e todas as pessoas que procuram o serviço são acolhidas pela equipe, aqueles que porventura não se encaixarem no perfil de pacientes da clínica são encaminhados para outros serviços da rede pública.
Quanto: As sessões são individuais e semanais e custam um valor simbólico.
Mais informações e agendamentos: (81) 2121-5922

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