
Por Cephas Castro
Na luta contra o câncer, há um estereótipo que segue no imaginário das pessoas, a queda de cabelo. Lidar com o diagnóstico e as possíveis consequências do tratamento contra a doença não são tarefas fáceis a enfrentar. E, quando essas consequências afetam a autoestima das mulheres que estão em tratamento, é preciso ter um maior cuidado e trato humanizado.
Dentre inúmeros fatores, esse efeito colateral pode ser ocasionado pelo uso de quimioterápicos, doses dos medicamentos prescritos e intervalo entre as aplicações. Cada paciente responde de uma forma ao tratamento proposto e cada reação requer um acompanhamento específico.
Os protocolos utilizados para o tratamento oncológico podem provocar alterações nas características que vão além da queda de cabelo e afetam desde a cor, consistência e a estrutura capilar. Sarah Golzio, tricologista – dermatologista especializada em saúde dos cabelos – e professora do curso de Nutrição do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau João Pessoa, destaca que “os medicamentos matam não só as células cancerígenas, mas células saudáveis, sendo alvo também o sistema pigmentar. Como 90% dos cabelos estão na fase de crescimento, a queda durante a quimioterapia costuma ser massiva. No entanto, ela pode variar de acordo com os medicamentos e o regime de tratamento”, disse.
Após o término da quimioterapia, a alopecia (queda de cabelo em grande quantidade) provocada pode ser reversível entre três e seis meses. Porém, caso esse crescimento não ocorra após o período indicado, há possibilidade de o paciente desenvolver “Alopecia Permanente após Quimioterapia”, que está associada também às altas doses e tempo prolongado dos medicamentos específicos utilizados.
Apesar de as condições que influenciam a queda de cabelo, há também um fator preponderante para o crescimento normalizado dos fios, a alimentação. O cabelo é composto por aminoácidos, vitaminas e minerais que nutrem o folículo piloso e o desenvolve para fazer o cabelo crescer adequadamente. Por isso, buscar acompanhamento com o nutricionista para adequar a alimentação durante e após a fase do tratamento é essencial.
Segundo a professora Sarah Golzio, “os alimentos mais indicados são baseados em dieta mediterrânea. Frutas, hortaliças, gorduras boas, como azeite extravirgem, abacate, oleaginosas, além de alimentos ricos em fibras e carboidratos complexos como as raízes”. A médica reforça que, logo após o diagnóstico, o acompanhamento tópico e nutricional pode ser iniciado para haver um aporte nutricional da paciente, além de estimular o crescimento capilar posteriormente à quimioterapia.
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