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Os indígenas brasileiros querem ser ouvidos, e sabem como fazê-lo

Eles estão nas rádios online, canais do Youtube e outras plataformas para mostrar à sociedade quem são de verdade
Por: Paula Brasileiro 19/04/2017 - 08:00 - Atualizado em: 19/04/2017 - 08:00
Através de mídias alternativas, os indígenas brasileiros mostram quem são
Através de mídias alternativas, os indígenas brasileiros mostram quem são

Comunicar-se é preciso. Ser dono da sua própria voz, ainda mais. É isso que os povos indígenas brasileiros estão fazendo atualmente. Pela necessidade de serem ouvidos e vistos eles têm tomado posse das mais diversas ferramentas disponíveis e fazendo o seu próprio método de comunicação.

São nativos de diferentes etnias que estão lançando um novo olhar aos processos comunicativos, se desvencilhando da mídia tradicional, para comunicar de acordo com suas necessidades. Isso é chamado de etnocomunicação, e é também um meio de empoderamento cultural. Através deste movimento, eles têm levado ao grande público informação sobre sua cultura, cotidiano e luta política pelos seus direitos. Conheça alguns destes canais.

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Radio Yandê

A Rádio online Yandê é a primeira do gênero no Brasil e foi criada com o propósito de visibilizar a tradicional cultura indígena brasileira, e, também, a produção cultural atual de artistas das mais diversas etnias nativas do país. Nascida da junção dos esforços de jornalistas, publicitários e profissionais de marketing - todos de origem indígena - a rádio tem programação diária, durante todo o dia, com programas informativos, educativos e, claro, muita música. Os objetivos da Yandê são desmistificar e desconstruir estereótipos através do compartilhamento de informação, além da valorização e manutenção das culturas dos índios do Brasil.

Vídeo nas Aldeias

O objetivo do Vídeo nas Aldeias (VNA) é dar o lugar de voz ao índio. Criado no ano de 1987 - bem antes que a Internet virasse febre - o projeto vem reunindo, desde então, cineastas indígenas e suas produções audiovisuais num movimento de fortalecimento de suas identidades e propagação de seus discursos. Além de possibilitar a realização de documentários, o Vídeo nas Aldeias também fomenta a formação de novos produtores e cineastas indígenas e, também, contribui para a criação de uma audiência crítica em relação aos povos nativos brasileiros. É possível assistir a parte deste material no canal do VNA no YouTube.

Vlog do Denilson Baniwa

"Como assim, não tem vlogueiro indígena?" Foi o que se perguntou o publicitário Denilson Baniwa após uma pesquisa na internet. Ao perceber não existir canais feitos por indígenas, para discutir suas experiências, vivências ou qualquer outro assunto que se tivesse vontade - nem no Brasil, nem na América Latina - ele resolveu ser o primeiro. Nativo da etnia Baniwa, do Amazonas, Denilson criou um canal no Youtube com o objetivo de não só falar das questões relativas aos povos nativos do Brasil, mas de incentivar outros jovens indígenas a fazer o mesmo; mostrar a cara e se fazer ouvir. O propósito é reforçar a identidade destes jovens e mostrar para a sociedade que os índios brasileiros não pararam no tempo e estão conectados com a atualidade, criando, produzindo e atuando nos mais diversos segmentos.  

Dica extra

O chamado de Denilson Baniwa foi ouvido e, após o lançamento do seu vlog, outros indígenas resolveram seguir seu caminho. Hoje, já é possível achar  canais - alguns ainda em processo de construção - produzidos por jovens indígenas e com conteúdo diverso. Os temas vão de cultura, empoderamento feminino e cotidiano a literatura. Confira nos vlogs de Adrieli Guarani, Benicio Pitaguary, Índia Atualizada, Cauã Wirapayé, Daniel Muunduruku e @eusouindígena.

 

Gostou das dicas? Conta pra gente qual canal você curtiu mais.

 

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