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O impacto da Síndrome de Peter Pan na vida adulta

Os indivíduos com o distúrbio costumam falhar em diversos aspectos durante essa fase
Assessoria de Comunicação Por: 04/04/2022 - 10:57
Por Luiza Fruet 
 
O nome da síndrome é uma referência ao filme animado Peter Pan, da Disney. Na trama, um garoto se recusa a crescer e mora na Terra do Nunca, onde pode ser criança para sempre e fugir de obrigações adultas, apenas vivendo aventuras com seus amigos. São várias as pessoas que têm medo de amadurecer, se comprometer e lidar com responsabilidades e incertezas. Afinal, quem não gostaria de permanecer em um ‘mundo mágico’ sem problemas para serem resolvidos e rotinas cansativas? 
 
A Síndrome do Peter Pan é mais comum em homens e há um aumento no número de casos diagnosticados. O medo de crescer, ser julgado, rejeitado e não alcançar as expectativas dos outros gera comportamentos infantis e insegurança. Isso pode desencadear problemas mais sérios, como depressão, ansiedade e de autoestima. De acordo com Ana Cláudia Alexandre, psicóloga, doutoranda em Psicologia Clínica e coordenadora do curso de Psicologia da UNINASSAU Olinda, as pessoas com esse transtorno costumam ser muito apegadas aos pais e não conseguem se aprofundar em outras relações.   
 
“O receio de deixar a fantasia de lado e conhecer o mundo real é muito grande. Isso faz com que prefiram continuar dependentes dos seus responsáveis para evitar se envolver em situações que pedem por ações adultas. Esse distúrbio pode ser encontrado em pessoas inseguras, com relacionamentos com grupos mais novos para ter a sensação de ainda serem crianças ou adolescentes, que não se esforçam para alcançar algum objetivo, choram com facilidade e se comportam de maneira infantil”.   
 
Ela afirma que essas são apenas algumas das características das pessoas que aparentam viver tranquilamente, mas lutam com diversos medos, pensamentos negativos e conflitos. No caso da vida amorosa, por exemplo, o indivíduo costuma trocar várias vezes de parceiros por não conseguir se comprometer, ou se apega extremamente, transformando a relação em uma dependência emocional. Já no âmbito profissional, geralmente, não são capazes de manter uma carreira profissional linear e bem-sucedida, pois não tem comprometimento com as atividades e apresenta um fraco desempenho. 
 
Ana Cláudia comenta que, em relação ao tratamento, o ideal é procurar um psicólogo. Dessa forma, a pessoa pode ir em busca da superação da síndrome e melhorar as características marcantes do distúrbio, assim como possíveis traumas que podem ter sido os motivos do desencadeamento da ‘síndrome’. “Não precisamos esquecer dos momentos felizes da infância, mas devemos usá-los como inspiração para a vida adulta, ao invés de uma lembrança que nos mantêm presos em uma época e nos torna inseguros, imaturos. No caso de memórias negativas, o essencial é compreender, com a ajuda de um profissional, que existe a possibilidade de dar início a uma nova fase da vida e se desprender do passado”, conclui. 

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