*Por Elaine Guimarães
Nesta quinta-feira (20), é comemorado o Dia do Engenheiro Químico. A data presta uma homenagem aos profissionais dedicados ao trabalho nas indústrias químicas e ao desenvolvimento de produtos e processos utilizados em escala industrial. O ofício, que é regulamentado por meio de lei federal desde 1966, possui, atualmente, no país mais de 35 mil profissionais.
Diante da diversificação de segmentos, o engenheiro químico está apto a atuar em áreas como a fabricação de polímeros (plásticos e borrachas), produtos de beleza, higiene, fármaco e petroquímica em setores públicos ou privados. Ademais, podem trabalhar em órgãos de assessoria, institutos de pesquisa, e, de forma autônoma, prestando assistência, assessoria e consultoria a corporações. Na esfera acadêmica, o graduado pode dedicar-se à pesquisa ou a docência no ensino superior. Para isso, porém, é necessário que se busque pós-graduação, mestrado ou doutorado.
Algumas pessoas costumam confundir as funções do engenheiro químico com a do químico. O professor do Ser Educacional, Iury Sousa, salienta que o “químico tem uma visão molecular, uma visão de laboratório, enquanto que o Engenheiro Químico amplia e aplica as reações e processos químicos em larga escala. Podemos comparar que o Químico pensa em menor escala e no laboratório, enquanto que o engenheiro químico pensa em larga escala e na indústria”, explica.
Formação Acadêmica e Área de Atuação
A graduação em Engenharia Química possui duração de cinco anos. O bacharelado é amplo e faz parte da formação básica de qualquer engenheiro, ou seja, envolve cálculos, físicas, estatística e fenômeno dos transportes. “Ela possui especificidades nos processos químicos, operações unitárias, qualidade de processo e produto, laboratórios, modelagem e controle de processos. A graduação de Engenharia Química forma o aluno para uma vivência tanto em indústria, como para laboratório especializados e liderança de equipe”, comenta Iury.
Em sua grade curricular, a formação conta com conteúdos das ciências exatas, sobretudo física, química e matemática, e aulas práticas. Além da formação acadêmica, este profissional precisa ter registro junto ao Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CREA) para exercício das atividades.
Graduanda do 8º período, Alice da Conceição Alves de Lima, de 20 anos, transformou o gosto por cálculo e química em possibilidade profissional. “Escolhi Engenharia Química por gostar de exatas. Além disso, percebi que a área de aplicação do curso é extensa”, justifica a estudante. Ela, que pretende seguir na área de fármaco e, posteriormente, para perícia, vê perspectiva para a profissão no país. “O mercado teve uma queda, mas já vejo mudanças com relação a novas vagas. Acho que está melhorando e continua com uma vasta área de aplicação do curso”, ressalta.
Mercado de Trabalho e Remuneração
“Em qualquer indústria de transformação é necessário um Engenheiro Químico, que entenda de processo de produção, qualidade, meio ambiente e na área de laboratório de transformação. Além da área de ensino e em pesquisa e desenvolvimento de produto ou processo. Para mostrar como um engenheiro químico possui uma formação diferenciada, a CEO da LATAM, empresa de voos, é uma engenheira química. Ou seja, a nossa formação é generalista, pois onde existir um processo, fluxogramas e projetos, o engenheiro químico pode atuar”, salienta o docente.
No entanto, em 2015, o mercado para engenheiros sofreu uma queda. De acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), vinculado ao Ministério do Trabalho e Emprego, o quantitativo de especialistas contratados era muito inferior ao de desempregados. Traduzindo este levantamento em números, a organização divulgou que, entre os anos de 2015 e meados de 2017, cerca de 42 mil profissionais estavam fora do mercado.
Para Iury Sousa, o cenário atual está propício para aqueles que optaram por essa formação. Ele chama atenção, porém, para as exigências do mercado. “Ainda temos um mercado que precisa de engenheiros químicos qualificados para a sua profissão. Por ser uma área bastante específica e de baixa procura, exige do aluno bastante conhecimento de física, química e matemática”, aponta.
Ele aponta, ainda, que a remuneração é regida pelo CREA. “O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia estipula que a média é de 8 salários mínimos por 8 horas diárias de trabalho, mas muitas empresas estão contratando engenheiros juniores e trainees na faixa de R$ 4 mil a R$ 5 mil”.
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