"Na arte e na ciência, ninguém cria nada sozinho". Frase de um filósofo. Leandro Karnal. Somos resultado de um todo. Social, econômico, acadêmico. Por isso, há um fio de continuidade. Entre passado, presente e futuro.
Nesse sentido, o que fazemos hoje tem um pedaço do ontem. E o amanhã terá uma porção do hoje. Ou seja: as mudanças carregam, na sua genética, o DNA que fará as coisas mudarem.
O século 20 foi a era da indústria. Grandes fábricas. Comando vertical. O século 21 é o tempo dos serviços. Do terciário moderno. Operação descentralizada. Organizações horizontais. Cooperação. Criatividade. Tecnologia.
Ou seja, a atividade fabril deu lugar aos aplicativos, às conversas remotas. O mundo atual é da inovação. O elemento condutor, por cima dessa ligação, é a ciência. A pesquisa. O conhecimento. A informação.
A transformação produtiva elegeu os serviços tecnológicos como o cenário do futuro. E o que são os serviços? Saúde, enfermagem, ultrassonografia, tecnologia, educação, pedagogia, psicologia, turismo, viagens, hotelaria, cultura, pintura, galerias de arte, cinema, teatro, museus, restaurantes, gastronomia.
Este conjunto de serviços contemporâneos representa, em média, 70% do PIB das economias maduras. E a indústria significa 25% do PIB. Quer dizer, daqui para frente, o negócio é criatividade, tecnologia e serviços. Imaginação. Diferenciais criativos.
Outra coisa: o presente futuro é qualitativo. Ao invés de PIB, a medição do crescimento é feita com apoio no Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. Baseado na longevidade, na escolaridade e no PIB per capita.
Falar em qualidade é pensar em produtividade. Pois esta é fazer mais com menos. E fazer mais com menos é a chave para avançar numa época de escassez fiscal. O Brasil vai conviver com déficit orçamentário pelos próximos cinco anos. Não é pouco. Será preciso incrementar a produtividade. E no piso da produtividade está a escolaridade. Tempo de escola. Tempo de estudo. Quem estuda mais, faz melhor. Com mais qualidade.
Uma palavra final: o futuro é o desconhecido. Mas há um modo de aproximar nosso conhecimento sobre o futuro. É com o planejamento. Começando com os dados econômicos, sociais e demográficos da área onde queremos atuar. A partir dessas informações, elabora-se a estratégia. Que vai definir os recursos tecnológicos, financeiros e organizacionais a serem empregados na tarefa. O próximo passo é selecionar objetivos. E fixar metas. Pronto. Com esse quadro de informações, temos em mãos um quadro menos desconhecido. Um horizonte mais próximo da realidade que queremos transformar.
Ou seja, de certa forma, o futuro está nas nossas mãos.
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