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Máscara caseira assegura 70% de isolamento do Coronavírus

Uso do acessório pode modificar o perfil das comunidades
Assessoria de Comunicação Por: Susy Guimarães 07/05/2020 - 19:26
A máscara é uma proteção adicional durante a pandemia do Coronavírus. O fundamental, de fato, é seguir regras de distanciamento social e lavar as mãos constantemente. Mas em meio ao agravamento do contágio, foram criadas as máscaras caseiras. Apesar do acessório ajudar no combate ao vírus, o material usado para a confecção desses protetores deve ser adequado. Seguindo as normas do Ministério da Saúde, o equipamento caseiro, classificado dentro das normas, assegura 70% de isolamento do vírus. O uso de máscaras deve virar rotina e pode modificar o perfil epidemiológico das comunidades.
 
O doutor em Ciências da Saúde, professor de Biomedicina da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau Aracaju, Cliomar Alves, explica que apesar dos estudos sobre a eficácia da máscara caseira serem controversos e o índice de proteção inferior ao obtido com o uso de uma máscara cirúrgica, o acessório caseiro é melhor do que nada. “O uso correto da máscara caseira pode proteger em até 70% da carga de vírus que uma pessoa poderia pegar se não tivesse se protegendo com nada", esclarece o doutor.
 
Cliomar, que é ainda superintendente do Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe,  reforça que a máscara é uma proteção adicional e que o mais importante do que seu uso, é seguir as regras de distanciamento social e da lavagem constante das mãos.
 
"Agir corretamente pode modificar o perfil de uma comunidade, por oferecer uma situação mais confortável, com todos utilizando máscaras. É positivo tanto físico quanto emocionalmente", salienta o professor. Cliomar observa que existem três grupos de máscaras: a N95 (máscara de proteção respiratória que tem formato de bico de pato), as cirúrgicas e as caseiras. "A máscara N95 e a cirúrgica são de uso hospitalar, mas eventualmente podem ser indicadas para algumas pessoas comuns também. A máscara N95 é mais fechada e isso impede a passagem das gotículas e das partículas suspensas no ar, quando se tosse ou espirra. Já na máscara cirúrgica, a trama do tecido não é tão fechada. Há alguma porosidade pequena, mas ela impede a passagem do vírus por meio de gotículas. É destinada à profissionais da saúde e pacientes com Covid-19. Já as máscaras caseiras, são as mais acessíveis a população e não devem ser recusadas”, disse o doutor.
 
Cliomar informa que o material mais adequado para confeccionar máscaras caseiras é o tricoline, que é um tipo de tecido de algodão cuja malha é mais fechada. Outro ponto fundamental é que o equipamento precisa ter duas camadas do tecido para impedir que o vírus vença essa barreira. "A máscara caseira também pode ser feita de TNT (tecido não tecido), desde que a gramatura seja maior do que 40. Neste, também devem ser usadas duas camadas. Mas, no caso, o TNT não é lavável. Se essa máscara for lavada, as fibras impedem a respiração e ela deve ser descartada.  A máscara caseira de tecido de algodão tem maior durabilidade", diz o doutor.
 
Sobre os modelos, o cientista observa que há vários moldes disponíveis na internet, mas o correto é cobrir até a metade do nariz e se estender até abaixo do queixo, aderindo ao contorno do rosto. "É importante que os homens com barbas longas aparem, para que a máscara fique aderente ao rosto e eles fiquem mais protegidos. A lavagem das mãos continua obrigatória e não se deve tocar a máscara com a mão ou compartilhar com outra pessoa. Na hora de retirá-la, deve-se puxar o laço que prende à cabeça ou com os dedos tirar o elástico por trás da orelha.
 
Ainda segundo ele, é importante tomar alguns cuidados caso não se possa lavar o utensílio logo após o uso. "No caso da máscara de pano, quando retirada deve-se levar para lavar ou colocar num envelope de papel, caso a higienização não seja imediata. Não se deve deixar a máscara usada, suja ou contaminada, exposta, em cima de uma mesa, por exemplo, ou solta dentro da bolsa e sem uma proteção", alerta Cliomar.

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