Por Cecília Vieira
Bastante populares, as lentes de contato dentais têm ganhado cada vez mais espaço e conquistado diversas pessoas que se mostram interessadas em aderir essa opção de tratamento. Melhorando a aparência e a estética dos dentes, elas são indicadas para várias situações como fechamento de diastemas (dentes separados), casos de abfração (lesão que causa perda da estrutura dental sem estar relacionada à cárie), casos de retração gengival, correções de pequenas imperfeições, dentre outros. No entanto, algumas medidas de atenção e de cuidado precisam ser tomadas tanto para os que já passaram pelo procedimento, quanto para os que vão aderi-lo.
As lentes de contato dentais são laminados de cerâmicas odontológicas ultrafinas que apresentam grande durabilidade e ótimas propriedades estéticas. Possuem cerca de 0,2 a 0,5 milímetros de espessura, possibilitando o mínimo desgaste dental, ou seja, visam uma maior preservação da estrutura do dente. De acordo com a dentista e professora do curso de Odontologia da UNINASSAU Recife, campus Graças, Márcia Durão, se tratam de restaurações indiretas, confeccionadas em laboratório, que posteriormente serão adaptadas e cimentadas na face dos dentes. Apesar de gerar inúmeros benefícios, as indicações precisam ser avaliadas de forma cuidadosa respeitando as especificidades bucais de cada paciente.
"Atualmente, é um procedimento muito executado, no entanto, não é indicado para todas as pessoas. Quando há necessidade de mascarar ou modificar alterações severas relacionadas à cor ou formato dos dentes, e nos casos dos dentes muito inclinados ou apinhados elas são contraindicadas por serem extremamente finas e apresentar elevada translucidez. Nessas situações, para atingir a estética adequada, seria necessário utilizar uma maior espessura de cerâmica o que poderia gerar desgaste dos dentes", afirma.
A docente também alerta que técnicas mal executadas ou materiais inadequados podem gerar prejuízos e riscos à saúde do paciente, além de reduzir a durabilidade do produto. "Muitas pessoas recorrem a essa opção por um desejo estético, mas além da aparência, é preciso levar em consideração a saúde. Procedimentos mal executados podem gerar inflamações persistentes no tecido gengival, as lentes podem 'soltar' com frequência, ou ainda podem sofrer fraturas. Além disso, falhas durante o planejamento, preparo, ou na cimentação podem ocasionar má adaptação da peça, reduzindo o seu tempo de vida", explica.
A duração da lente de contato dental pode variar entre 10 e 15 anos. Para que tenham longevidade é necessário buscar um profissional qualificado, especializado e com experiência, retornar periodicamente às consultas de manutenção (pelo menos a cada seis meses), ter uma boa higienização diária, evitar hábitos como roer unhas, morder canetas, abrir embalagens, dentre outros.
"Antes de qualquer procedimento estético, os profissionais devem assegurar que a cavidade bucal está saudável, isto é, livre qualquer infecção ou lesões cariosas. Quando o procedimento é indicado corretamente, quando as técnicas são executadas de forma adequada, temos um resultado estético satisfatório, além da preservação da saúde bucal do indivíduo. Os profissionais devem esclarecer todos os pontos, tanto positivos quanto negativos, para que o paciente decida se quer de fato utilizar essa alternativa", finaliza Márcia Durão.
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