Imagens criadas com hiper-realismo, textos escritos sem uma tecla ser digitada, carros sem motorista. As aplicações da inteligência artificial têm se expandido a cada ano e essa tecnologia já é uma realidade. Com ela, surgem questionamentos sobre segurança, relações de emprego e futuro de profissões. Sim, sabemos que a IA poderá substituir pessoas em certas posições no futuro próximo, mas há algumas características que essa inteligência ainda não possui: criatividade, sensibilidade, empatia, por exemplo. Como o próprio nome diz, continua sendo, ainda, artificial.
Estudos realizados por consultorias e universidades de prestígio mostram que mais de 50% dos postos de trabalho existentes hoje no Brasil serão assumidos por robôs nos próximos anos. Há correntes de pensamento pessimistas que alertam para os graves impactos dessa transformação. Eu, no entanto, tendo a analisar a situação por outro prisma: o desenvolvimento da automação e da inteligência artificial vai apenas impor a adaptação dos atuais empregados aos postos e formas de trabalho que este novo mundo está criando. Ao mesmo tempo, ampliará a demanda por postos de trabalho em tarefas que não podem ser realizadas por máquinas inteligentes – tarefas essas que exigem habilidades como originalidade, criatividade, sensibilidade, inteligência social e emocional, valores, crenças e sonhos, impossíveis de serem automatizadas. Essas habilidades foram denominadas pelo empreendedor chinês Jack Ma, da Alibaba, como “quociente do amor”.
Tomemos por exemplo o tão falado atualmente ChatGPT. O algoritmo de inteligência artificial da OpenAI é capaz de gerar textos e respostas a perguntas feitas por usuários, com base em redes neurais e machine learning, de forma criativa. A solução pode, inclusive, ser integrada a outros aplicativos, como o WhatsApp, o que fornece possibilidades como o atendimento automatizado de clientes por meio da plataforma. Sim, ele pode gerar diálogos e até poemas, mas, ainda assim, não possui sensibilidade artística, por exemplo. Máquinas não sentem. É capaz de construir uma letra de música, mas de forma meramente técnica, sem imprimir o toque pessoal do artista, com suas vivências que conferem sentido à canção. O Google também está nessa corrida, com seu Bard, que caminha na mesma direção. Independentemente do nível evolução de cada plataforma, elas ainda não são capazes de substituir a mente humana em diversos quesitos.
Não há como negar nem se opor: a inteligência artificial está se fundamentando como um fato cotidiano da vida. Cada vez mais casas estão integradas com Alexas, Google Assistentes, Siris, entre outras soluções, e nem percebemos. Outras virão. Sim, seu impacto será sentido em diversas frentes, como o mercado de trabalho, mas, analisando o cenário melhor, é possível inferir que essa é uma evolução que estimulará o desenvolvimento profissional e a melhoria de condições de trabalho para muitas pessoas, que passarão a ser responsáveis por controlar máquinas, ou serão o elemento humano em determinados processos. Não é preciso temer as máquinas inteligentes. Diferentemente do “Exterminador do Futuro”, em que a Skynet evoluiu a ponto de dominar a raça humana, a inteligência artificial está aí para facilitar o dia a dia e complementar nossas habilidades.
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