Por Ricardo Mousinho.
A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) afirma que quase 30 milhões de brasileiros, ou 14% da população, se declara vegetariana. Em relação ao veganos, a SVB não tem dados concretos, mas estima que aproximadamente 7 milhões de pessoas (3% da população) não consomem e nem utilizam produtos derivados de animais. Desta forma, nutricionistas observam um crescente aumento deste estilo de vida, mas também frisam que houve aumento do flexitarianismo, isto é, aqueles que transitam entre a prática onívora, ou seja, quem se alimenta tanto de fonte alimentar animal quanto a vegetal; e vegetariana.
O termo flexitarianismo não define extremos e traduz um novo hábito alimentar com vários adeptos no país. É o que explica o nutricionista e professor de Nutrição da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau em Teresina, Paulo Sousa, que ainda pontua a simplicidade da dieta, no tocante ao cardápio capaz de ser adaptado para cada indivíduo. "Ainda que possa parecer estranha num primeiro momento, a dieta dos flexitarianos é simples: nem totalmente vegana ou vegetariana, nem somente com alimentos de origem animal. Às vezes, as pessoas optam por consumir carne ou têm uma alimentação mais vegetariana. Esse aspecto é muito importante para o planejamento do cardápio, pois há quem coma carne apenas uma vez por semana, mas também há quem opte por duas ou três refeições com alimentos de origem animal", explica Paulo.
O nutricionista também observa que existem várias razões para a adoção deste hábito de alimentação flexível. "A redução do consumo de carne pode ter múltiplas razões. O certo é que muitas pessoas utilizam do flexitarianismo para fazer a transição para dietas vegetarianas ou veganas. Mas acredito que a motivação para aderir a esse hábito alimentar se baseia, principalmente, na saúde, equilíbrio e sustentabilidade. Esta última tem sido pauta de muitos debates ultimamente, e ganha grandes proporções com a popularização da chamada alimentação plant-based, ou alimentação à base de plantas, feitas com grãos, folhas ou raízes, por exemplo", finaliza o nutricionista Paulo Sousa.
Com relação à qualidade nutricional, é possível seguir uma dieta balanceada com a ingestão adequada de proteínas, sem que haja o consumo de carne. Entretanto, é importante a consulta com um nutricionista para organizar as substituições no cardápio, não abrindo mão da qualidade nutricional em uma alimentação saudável para cada biotipo.
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