
Tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizado no domingo (18), vêm sendo discutido ainda mais no país após a prova. Mas o assunto abrange apenas a psicologia e a questão da saúde mental em si? Para o professor do curso de Direito da Faculdade UNINASSAU Caruaru, Adilson Ferraz, esse tema precisa ser expandido muito mais, e, no Brasil, o estigma que recai sobre as pessoas com doenças mentais está relacionado a vários fatores sociais e econômicos.
Dentro desse universo de aspectos e áreas, o professor e advogado analisa primeiramente quanto ao âmbito escolar. “Há o debate sobre a educação especial, ou seja, sobre a possibilidade de que os alunos sofram uma segregação em vez de propiciá-los o convívio saudável com outras crianças, o que favoreceria a diminuição do preconceito e o seu desenvolvimento. Ou ainda a escolha pelo tratamento em centros especializados, o que gerou também em nosso país o movimento antimanicomial”, explica o professor.
Segundo Ferraz, há ainda o estigma da depressão, uma doença que aparenta crescer em meio à sociedade em que vivemos. Entre 2015 e 2018, os casos de depressão relatados aumentaram 52% entre brasileiros de 15 a 29 anos, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Mundial de Saúde. “Esses números se relacionam ainda aos casos de suicídio, que em grande parte ocorrem em face de processos depressivos. É preciso discutir e combater o estigma das doenças mentais, por meio de políticas públicas efetivas, que alcancem a população nos vários âmbitos da vida social”, conclui o professor.
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