Ao contrário do que pensa a maioria, as diferenças do código genético do coronavírus, que aparece hoje na nova versão SARSCoV2, não estão relacionadas às mudanças de comportamento do vírus que podem dificultar a descoberta e produção de uma vacina. Apesar do aperfeiçoamento do medicamento preventivo ser demorado, é positivo o fato do vírus ter um comportamento mais estável.
“A mutação do coronavírus SASCoV2 ocorre dois a quatro vezes menos que na influenza. Há pouca variabilidade no código genético. Tanto nos EUA, China ou Europa, não foi notada nenhuma diferença da doença em decorrência do vírus ter mudado. Isso é bom, porque, para fazer a vacina, é preciso pensar na integridade do vírus”, explica o Farmacêutico-Bioquímico, doutor em Ciências da Saúde e professor da UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Aracaju, Cliomar Alves.
Ele, que trabalha diretamente com o diagnóstico do SARS-CoV2 em Sergipe, observa que o código da corona é diferenciado, mas as modificações podem não gerar alterações significativas no comportamento do vírus. “Dois brasileiros infectados na Itália apresentaram nos exames vírus com códigos genéticos diferentes, mas de comportamento estável”.
Cliomar destaca o fato de um vírus com menos mutações precisar de menos doses da vacina, que necessita de muito tempo para ser produzida. “É importante saber que, mesmo com os códigos genéticos diferentes e mutação dos vírus, em geral, poderá não ocorrer mudanças de comportamento constante do coronavírus. Quanto mais o vírus se comporta de forma diferenciada, mais se precisa da vacina. Assim sendo, as quantidades para atender ao mundo seriam bem maiores”, explica.
Entenda
A doença causada pelo novo coronavírus é a COVID19, que causa infecção respiratória semelhante a um resfriado comum. “Em alguns casos, como já se sabe, podem ocorrer sintomas moderados, mas, nos casos mais sérios, o indivíduo pode chegar à morte”, alerta o professor. Ele explica ainda que a transmissão do vírus se dá por gotículas de saliva, espirros, aperto de mão, ou outra saudação nesse sentido, como abraços. “No momento, a melhor e mais sensata escolha é o isolamento social”, conclui Cliomar.
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