Por Juan Lapa
Na semana passada, uma mulher morreu em Goiânia após inalar uma mistura de cloro e desengraxante automotivo enquanto lavava o banheiro. Com o falecimento, muitas pessoas se questionam sobre os riscos e cuidados que se deve ter ao juntar produtos de limpeza, uma prática comum na rotina doméstica.
O especialista em biossegurança e professor do curso de Biomedicina da UNINASSAU Boa Viagem, Jorge Belém, indica que, uma vez misturados de maneira incorreta, os produtos realizam reações químicas perigosas. Isso pode resultar em alergias, intoxicações, corrosões de superfícies, vapores nocivos e até explosões.
"A mistura de produtos de limpeza representa um risco à saúde e à segurança ambiental, pois há a possibilidade de desencadear reações químicas não controladas. Elas podem gerar substâncias tóxicas, irritantes ou corrosivas, além de vapores prejudiciais que comprometem as vias respiratórias, a pele e os olhos. Sua inalação, contato dérmico ou ingestão acidental ocasionam intoxicações agudas ou crônicas, lesões químicas e, em casos mais graves, insuficiência respiratória ou óbito", aponta o especialista.
O profissional garante que devem ser evitadas as seguintes misturas: água sanitária com itens à base de amônia (como limpadores multiuso); água sanitária com vinagre ou desincrustantes à base de ácido muriático (utilizados na higienização de pisos e banheiros); desinfetantes com quaternário de amônio (frequentes em limpadores de banheiro) com sabões ou detergentes comuns; álcool etílico líquido com água sanitária; limpadores de forno com produtos ácidos (como limpadores de vaso sanitário).
"Quem fizer o uso de itens de limpeza deve ler atentamente os rótulos e as instruções fornecidas pelo fabricante; utilizar os itens conforme as indicações e nas quantidades recomendadas; evitar as misturas de quaisquer tipos; manter o ambiente ventilado durante a aplicação dos produtos; e armazenar em local seguro, fora do alcance de crianças e animais. Além disso, é importante usar EPIs adequados, como luvas, óculos de proteção e máscara", orienta.
"Utilize apenas produtos registrados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com rótulo claro e procedência conhecida. Alterne os tipos para naõ ter sobrecarga química e faça pausas durante a limpeza para reduzir a exposição aos vapores. Evite fragrâncias intensas, lave bem as mãos após o uso e, em caso de irritação ou sintomas respiratórios, suspenda a utilização e procure orientação médica. Não misture sem conhecimento da composição e evite combinar água sanitária com outros itens, como vinagre, álcool ou amônia; usar vários produtos ao mesmo tempo em ambientes fechados; manusear sem EPIs; e transferi-los para embalagens não originais", conclui Jorge Belém.
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