
Por Mark Nascimento
O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo, celebrado em 18 de fevereiro, reforça a importância da prevenção e conscientização sobre os danos causados pelo consumo excessivo. De acordo com o estudo "Álcool e a Saúde dos Brasileiros – Panorama 2024", do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), entre 2010 e 2023, as internações atribuídas à substância caíram de 57 para 27 por 100 mil habitantes. No entanto, a mortalidade entre os pacientes subiu de 3% para 6%, devido ao aumento de casos graves.
Do total de internações atribuíveis ao álcool em 2023, 36% foi por síndrome de dependência, 20% doença do fígado, 6% intoxicação aguda, 6% síndrome de abstinência e 4% transtorno psicótico. O estudo ainda mostrou que, em 2022, ocorreram 33 mortes por 100 mil habitantes. As principais causas foram doença do fígado (16%), transtornos atribuíveis à bebida alcoólica (12%), acidentes de trânsito (10%), agressão com armas (7%), fibrose e cirrose hepáticas (6%), lesão autoprovocada intencionalmente (3%) e hipertensão primária (3%).
Regina Souza, psicóloga e docente do curso de Psicologia da UNINASSAU Maceió, destacou quais sinais alertam que o consumo está se tornando excessivo na vida do indivíduo. “Quando a prática começa a interferir no trabalho, estudos ou nos relacionamentos, a ingestão de bebida alcóolica aumenta em frequência, exige doses maiores para o mesmo efeito ou é usada como fuga para estresse, ansiedade ou tristeza, é necessário buscar ajuda”, alerta.
A profissional ainda enfatiza a terapia como essencial para o paciente vencer o vício, pois, por meio de técnicas como a reestruturação cognitiva utilizada pela Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), é possível ajudá-lo a reconstruir a autoestima. “Dessa forma, o indivíduo aprende a reconhecer suas conquistas, supera a culpa, desenvolve novas formas de se valorizar e recupera a sensação de controle sobre a própria vida”.
Também é fundamental ter uma rede de apoio no processo de reabilitação. E os psicólogos precisam avaliar cuidadosamente quem pode realmente desempenhar esse papel, pois, em alguns casos, a família contribui para o uso de álcool pelo adicto. “É importante considerar outros grupos de apoio, como amigos ou colegas de trabalho. Além disso, é crucial que familiares e amigos recebam orientações, pois padrões disfuncionais, como a codependência, comprometem o progresso do paciente”, comenta Regina Souza.
Os grupos de apoio oferecem um ambiente acolhedor para as pessoas compartilharem experiências e manterem a motivação na recuperação. Eles complementam a terapia, garantem anonimato e proporcionam suporte sem julgamentos, essenciais para a reabilitação. “A recaída não é um fracasso, mas parte da recuperação. Para evitar, é importante identificar situações de risco, como ambientes onde o álcool é comum, influências negativas e momentos de estresse. Peça e ofereça ajuda quando necessário”, finaliza a professora do curso de Psicologia da UNINASSAU Maceió.
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