Trabalho desenvolvido com a educação especial vai muito além de apenas ensinar as mesmas disciplinas da escola regular. Foto: Freepik
O tema da redação do ENEM de 2017 apontou para uma discussão que vem ganhando espaço ao longo dos anos: a necessidade da inclusão de jovens com deficiência no âmbito da escola regular. Resistência, falta de informação e despreparo, tanto de pais quanto de profissionais, são alguns dos desafios enfrentados por quem decide trabalhar com educação especial. Em um país que tem cerca de 24% da sua população com alguma deficiência, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ignorar a necessidade da inclusão e da socialização de um total de 45 milhões de brasileiros parece algo impossível de ser feito, mas ainda é uma barreira que precisa ser quebrada.
“Muita gente fala de inclusão como um tema bonito, mas a verdade é que a maioria não aceita pessoas com deficiências (PCDs). Ainda há um preconceito” , aponta a psicopedagoga e coordenadora geral da pós-graduação da UNINASSAU Parnamirim, Izabel Amorim. Em 2016 o Supremo Tribunal Federal (STF) negou o pedido da Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) para derrubar a Lei Brasileira da Inclusão, nº 13.146, sancionada em 2015, que obriga escolas privadas a se adaptarem para receber pessoas com deficiência no ensino regular, impedindo-as também de rejeitar a matrícula de novos alunos. Esse pedido só reflete o despreparo das instituições para receber os PCDs, evidenciando ainda mais a importância de um profissional com a qualificação acadêmica necessária.
A importância da educação especial
O trabalho desenvolvido com a educação especial vai muito além de apenas ensinar as mesmas disciplinas da escola regular. “A gente trabalha o desenvolvimento do aluno. O profissional da educação especial tem que estar preparado para lidar com as necessidades de cada criança”, ressalta a psicopedagoga. “Um professor que tem uma pós no tema tem mais chance de desenvolver na própria escola um trabalho de qualidade junto à família, a instituição e a comunidade”, afirma. Izabel também defende que este trabalho tem que ser feito de forma a integrar crianças com e sem deficiência. “Este contato é primordial. Criar um ambiente que o aluno vai ter crianças na mesma situação, mesmo que elas não sejam deficientes, faz com que todos aprendam sobre o respeito às diferenças. A forma como todos se comportam muda. Inclusão é isso”, reforça.
Um trabalho inclusivo
Mesmo que o direcionamento seja, a priori, para a criança ou jovem com deficiência, o trabalho do educador especial vai além da sala de aula. É preciso ficar atento ao ambiente escolar, familiar e social que cerca o aluno. “Nos atendimentos o trabalho é feito primeiro com a família e só depois com a escola. Muitas vezes o pais não estão preparados para receber um filho com síndrome de down, por exemplo. Já ouvi mães dizerem que estavam de luto porque não esperavam ter um filho com deficiência. Por isso é primordial fazer esse trabalho primeiro no âmbito familiar”, finaliza a coordenadora.
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