É inegável que estamos vivendo dias inimagináveis com o advento da COVID-19, algo que vem impactando a todos em várias dimensões e perspectivas das nossas vidas. E o que fazer na medida em que aquilo que era algo distante vai se tornando uma realidade mais próxima? Fica claro que a nossa vida pós-pandemia não será como antes em diversos aspectos, as mudanças mais significativas e esperadas estarão no comportamento do consumidor, na utilização das tecnologias, no processo de aprendizagem, no relacionamento, nas transações comerciais e em muitas outras coisas que apenas se cogitavam, mas que foram antecipadas de modo acelerado, e passam a serem consideradas o “novo normal”.
Várias questões que com a dinâmica social contemporânea foram deixadas “meio de lado”, e que passam a ter uma nova ressignificação a exemplo da onipresença digital, da prevenção e do planejamento, da saúde e da qualidade de vida, da consciência do consumidor, das (re)conexões afetivas e familiares, do sentido de propósito e das prioridades e de uma redefinição da sustentabilidade, conforme estudo da Mckinsey & Company de Maio de 2020. A crise impulsionou o processo de digitalização do Brasil de forma irreversível com importantes resultados na educação, na saúde, no entretenimento, no bem-estar e no trabalho (homeoffice).
As discussões acerca da separação da casa e do trabalho nas nossas vidas perdem sentido, uma vez em que é reforçado o papel central da casa que aglutina família, entretenimento, alimentação, socialização, educação, atividades físicas e trabalho. Esse santuário doméstico precisa ser reposicionado, equipado com internet banda larga e de um layout que atenda a este novo conceito. Dados na Mckinsey & Company apontam ainda que nos Estados Unidos houve uma duplicação do crescimento do e-commerce, e no Brasil, 40% das pessoas estão fazendo compras online durante a COVID-19, apesar do corte dos gastos e 35% das pessoas pretendem diminuir idas a lojas pós-COVID-19.
Esses indicadores já revelam que uma mudança está por vir desenhando uma nova lógica social e econômica, sobretudo. Outro aspecto que vem com a crise é a insegurança financeira, e nesse contexto as pessoas repensam a sua real necessidade de consumo passando a fazer uso de produtos e serviços compartilhados e de segunda mão. Nesse sentido as empresas precisam entregar valor até porque o cliente passa a valorizar mais os recursos empregados em cada compra, as conexões afetivas entre marcas e consumidores ganham relevo nesse contexto.
Na educação superior observa-se o crescimento vertiginoso da educação a distância nos últimos anos, e nesse momento de pandemia, torna-se ainda mais tangível e real a importância dessa modalidade no processo de ensino e aprendizagem mediado pelas tecnologias e plataformas digitais no contexto contemporâneo, que já davam claros sinais de que a mudança do estilo de vida no qual o tempo, a flexibilidade e a autonomia era algo iminente, e que requeria a utilização do EAD como uma ferramenta aliada a essa nova realidade no sentido de promover uma maior socialização e capilaridade de acesso das pessoas à educação superior.
A educação a distância pode contribuir ainda mais com a sociedade pós-pandemia, que como já sabemos não será mais a mesma, a partir da experiência e valores apreendidos nesse período de quarentena e de distanciamento social expondo a potencialidade de seus recursos e suas condições de nos municiar e nos auxiliar a compreender a complexidade dos tempos futuros tão (im)previsíveis.
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