Competir profissionalmente é o sonho de muitos jovens no Brasil, seja jogando futebol, vôlei, basquete, praticando natação, entre outros inúmeros esportes. No entanto, não há um caminho específico para se tornar um atleta de determinada categoria, sendo possível ingressar no desporto de diversas formas. Em fevereiro, é celebrado o Dia do Atleta Profissional no Brasil e para ser um profissional de alto rendimento, é necessário, acima de tudo, ter disciplina e dedicação.
"Todo garoto sonha em se tornar um Messi, Neymar, Ronaldo ou Pelé. Mas o caminho da dedicação e disciplina são fundamentais. Hoje, se cobra cada vez mais cedo do garoto e/ou garota a dedicação extrema independente da modalidade escolhida. São horas e mais horas de treinamento para se chegar à perfeição do movimento ou conquista do pódio", afirma Cristianne Tomasi, coordenadora do curso de educação física da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau.
Todavia, Cristianne destaca que é preciso mais que disciplina e dedicação para conquistar este objetivo. No Brasil, com exceção do futebol, outros esportes sofrem com a invisibilidade por parte do Estado e dos investidores. Ela destaca a presença da família para ajudar o jovem a driblar esse obstáculo.
"Muitas são as barreiras. Desde o investimento (patrício) para materiais, alimentação e investimento na modalidade, quanto ao apoio da família e até mesmo psicológico.
A família é um dos fatores principais para fazer com que o atleta persista na caminhada de construção até a sua consagração. Lógico que outros fatores socioambientais e sociais influenciam, mas com um apoio familiar muitas barreiras são vencidas", pontua.
Uma bola, uma cesta e um sonho
Pedro Leão, 14 anos, almeja ser um jogador de basquete profissional. Além das dificuldades citadas por Cristianne, o jovem tem que superar outro obstáculo para realizar seu sonho. Por um problema no parto, Pedro sofreu uma lesão na perna esquerda e, por causa disso, caminha com certa dificuldade. No entanto, há três anos treinando basquete na Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), ele já enxerga uma grande evolução em sua mobilidade.
"Antigamente, eu tinha medo de entrar na quadra e jogar, para não me machucar. Depois da orientação da minha treinadora, eu comecei a me soltar, comecei a disputar rebote, arremessar de três pontos. Eu evoluí e jogo melhor. Agradeço à minha treinadora Ceça e todo apoio da minha família. Eu agradeço muito", relata.
Além das dificuldades de locomoção, Pedro ainda teve que enfrentar outra difícil barreira: o preconceito. "Eu já ouvi comentários como "ah, por que ele está jogando, se tem esse problema na perna?' Eu sempre ignorava e continuava jogando", afirmou o jovem.
Questionado sobre o que faria caso consiga se tornar um profissional, ele dá uma importante lição de solidariedade. "Meu sonho é jogar no basquete universitário e me tornar um profissional, se possível. Com isso, eu pretendo fazer, no futuro, se eu tiver dinheiro, instituições de caridade para atletas deficientes, idosos e crianças carentes", afirma.
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