Escrito por Rachel Andrade
Para muitas pessoas o acesso ao ensino superior pode ser apenas um passo rumo à carreira profissional. No entanto, essa realidade não é igual para todos, tendo em vista que é preciso que as instituições se adaptem para todos, principalmente quando se fala de acessibilidade para pessoas com deficiência. E nesta quarta-feira (21), data que se celebra o Dia Nacional da Luta da Pessoa com Deficiência, reforça-se a importância das instituições se tornarem cada vez mais acessíveis, pois é na pluralidade que se fortalecem todos os laços sociais.
Um exemplo é o estudante Rafael Feitosa Delgado, que está no 4º período do curso presencial de Jornalismo na Uninassau. Com ambição de seguir a carreira na TV, Rafael nunca se sentiu limitado de qualquer forma. Para ele, assim como para diversas pessoas com deficiência, a acessibilidade em qualquer instituição começa pela estrutura, mas não é o único critério. “No meu caso, como dependo da cadeira de rodas, tem que ter rampa, elevador, entre outras coisas, para ser inclusiva. Mas acima de tudo, além da estrutura física, depende também das pessoas com quem convivemos. Isso é importante, tanto dos profissionais, professores, coordenadores, serem inclusivos conosco, mas os colegas também, no geral. É isso que torna um ambiente inclusivo”, ele pontua.
Sem barreiras de acesso
Estando em uma instituição que oferece a estrutura necessária para seu acesso e mobilidade, Rafael não vê dificuldades em participar de nenhuma atividade oferecida no seu curso, sejam as aulas teóricas ou as atividades práticas no laboratório de informática. “Na verdade, em poucos lugares [na minha vida] eu me senti excluído. Aqui eu me sinto bem acolhido e na parte da acessibilidade também. Na faculdade eu consigo ir para qualquer canto. Quando preciso mudar de bloco, meus amigos me ajudam, e aqui eu consigo me virar bem”, ele relata.
No entanto, ele sabe que a sua realidade é diferente de outras pessoas com deficiência, que podem não ter tido os mesmos acessos ao ensino superior. “Eu não tive direito a nenhuma cota [para ingressar na universidade], porque eu sempre estudei em colégio particular, mas é algo necessário para as pessoas que precisam. A gente sabe da dificuldade de outras pessoas com deficiência, e eu não posso usar a minha realidade para abranger as demais. Continua sendo muito complicado, mas é uma coisa que ajuda, até um dia ninguém mais precisar de cota, e tudo ser igualitário”, comenta o estudante.
Futuro no mercado de trabalho
Como todo estudante que está na metade da graduação, Rafael busca a prática profissional de todas as formas, principalmente se candidatando a vagas de estágio, e ainda é um objetivo a ser alcançado. “Eu estou procurando estágio, estou no aguardo de respostas no momento. E eu sempre ponho no meu currículo que sou pessoa com deficiência porque eu sei que muitas empresas abrem vagas específicas, mas eu sei que é complicado mesmo. Eu não sei como é a realidade no trabalho porque eu ainda não entrei.”
Mas mesmo tendo essas dificuldades, Rafael se vê trilhando um caminho de sucesso em sua carreira profissional, e ele busca seguir a área de jornalismo esportivo. “Eu não me coloco limites, se for para trabalhar na redação, eu trabalho, se for para ser repórter de rua, eu trabalho. Eu quero trabalhar com jornalismo esportivo, independente do lugar. [Eu me vejo trabalhando] na televisão, em canal fechado, comentando futebol, mas abordaria outros esportes, futebol americano, basquete, por exemplo”, finaliza.
O relato de Rafael mostra que o sonho de conquistar o mercado de trabalho depende não apenas dos esforços individuais, mas também das oportunidades que são abertas. Para saber mais sobre uma formação de qualidade, confira aqui o que você pode conquistar.
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