A história da fotografia é marcada por muitas imagens que geram repercussões não apenas onde foram produzidas, mas também, em diversas partes do mundo. Esses registros narram uma história e nos fazem refletir sobre contextos presentes em diferentes décadas.
Por trás de uma imagem, há um repórter fotográfico que, através de um olhar único e, muitas vezes, marcado por sensibilidade, constrói uma narrativa imagética e apresenta personagens. “O fotojornalista é alguém que conta histórias, constrói narrativas visuais com um pensamento e/ou finalidade noticiosa. Ou seja, a abordagem dessa construção deve seguir parâmetros jornalísticos. Procurando ser ético, objetivo e claro”, explica o professor de fotojornalismo do Ser Educacional Miva Filho.
Nesta quarta-feira (2) é comemorado o Dia do repórter fotográfico. A data é uma oportunidade de conhecer mais sobre a profissão e valorização daqueles que são responsável por contar histórias através das imagens.
Tenho uma câmera! Agora, sou fotógrafo
É muito comum ouvir essa premissa de muita gente que reduz o trabalho fotográfico a uma câmera na mão. No entanto, Miva atenta para esse pensamento errôneo. “Se você comprar um bisturi, você não vai virar médico. O mesmo acontece se você comprar uma câmera, você não se torna um fotógrafo. Muito menos, um fotojornalista. Você pode até capturar imagens, mas, dificilmente, conseguirá contar histórias apenas com elas. O equipamento lhe dará possibilidades. Quanto mais avançado mais possibilidades”, expõe.
Ser um bom profissional é ter muito mais do que uma DSRL ou mirrorless
Ser um profissional da área vai muito além de equipamentos caros ou considerados de última geração. Mas, isso não significa dizer que o repórter fotográfico não precise ter conhecimento sobre equipamentos e das técnicas fotográficas existentes.
“O bom fotojornalista tem que, obviamente, dominar seu equipamento e as técnicas fotográficas, mas, acima de tudo, ter a percepção e entendimento do que se passa ao redor. Sempre ter empatia pelos personagens e a sensibilidade necessária para retratar cada pauta”, ressalta o docente.
Quero ser repórter fotográfico: e agora?
“Estude sempre. Estude fotografia e suas técnicas. Linguagens e equipamentos. Mas, sempre entenda o mundo que o cerca. É essa inquietação que move o bom fotojornalista”, orienta.
Além disso, Miva Filho salienta que, para se destacar no mercado de trabalho, esse profissional precisa ser versátil. “Versatilidade é importante. Saber fotografar hard news, mas também, matérias especiais, mais produzidas. Saber usar vários equipamentos e dominar várias linguagens e técnicas. Conhecer suas pautas e assuntos abordados a ponto de poder, ele mesmo, escrever a matéria, caso seja necessário. Mas, a percepção e sensibilidade ainda são as características mais importantes”, frisa.
Celular: uma ameaça à profissão?
Atualmente, há uma discussão sobre o uso do celular na produção de registros fotográficos. Assim como, a possível extinção da categoria nas redações jornalísticas. Questionado sobre essa questão, Miva é categórico. “O celular trouxe uma outra forma de consumos dessas imagens. Hoje, o leitor acessa essas imagens muito mais rápido que no jornal impresso em papel. Hoje, o fotógrafo tem muito mais visibilidade e mais alcance. Existem muito mais fotos disputando a atenção dos leitores, mas a narrativa, a forma de contar essas histórias ainda é o que torna as imagens fotojornalísticas de maior impacto dentro da nossa sociedade”.
Gostou do conteúdo? Fala para a gente nos comentários!
Comentários