
O mundo contemporâneo tem como características a tecnologia de comunicação e informação, por isso, algumas crianças desse ambiente tem passado por mudanças de paradigmas: são mais expertas no uso de todo aparato tecnológico, mas tem dificuldades para lidar com situações da vida diária. Essa relação da infância com o uso excessivo de aparelhos tecnológicos também está ligado ao dia-a-dia corrido de trabalho e ocupação dos pais, que em alguns momentos passam a estar ausentes, precisando compensar a atenção de alguma forma.
De acordo com a professora do curso de Pedagogia da Faculdade UNINASSAU Belém, Darlene Corrêa, o uso excessivo pode trazer diversos malefícios para as crianças. A pedagoga explica que durante o período de desenvolvimento das crianças são ampliadas diversas habilidades, como: afetivas, sociais e motoras. “Elas aprendem a se comunicar, interagir, perceber o mundo ao redor e se identificar como sujeito dentro dele, por isso, crianças que não têm limite no uso de eletrônicos tendem a ser mais retraídas, caladas e com dificuldades de interação”, explicou.
A professora explica que é importante os pais procurarem desintoxicar as crianças do vicio eletrônico, mas para isso é preciso dar exemplo. Segundo ela, evitar o uso de celular durante as refeições, ler livros e revistas juntos, escutar musicas e conversar sobre elas, assistir filme, ou seja, estreitar a comunicação são formas de fazer com que os filhos se afastem dos aparelhos. “As crianças, como os adultos, buscam atenção e ao encontrar o pai e a mãe ‘colados’ ao telefone podem sentir-se ignorados em sua necessidade de atenção e, com o tempo, deixam de buscar o adulto e entram de cabeça no uso desregrado do celular”, afirma.
Darlene Corrêa explica que o uso da tecnologia no tempo de hoje é necessário para a comunicação, mas o que deve ser feitos pelos pais, professores e adultos que acompanham as crianças é orientá-las para o uso equilibrado e responsável de celular, computadores, jogos eletrônicos, etc. “Precisamos ser o exemplo já que elas se espelham no adulto, precisamos nos desintoxicar também dos vícios e alterar a ordem de prioridade. Os vínculos afetivos são criados na infância é bom para as crianças que lembrem de seus pais rindo e brincando com elas do que distante com um celular na mão”, afirmou.
Dia 12 de outubro é comemorado o Dia das Crianças e, pensando nisso, a pedagoga dá várias dicas para os pais proporcionarem um momento de atividades lúdicas para os filhos. “Pais e mães precisam ter disponibilidade afetiva, querer brincar, conversar com as crianças, tendo isso, que tal montar o quebra-cabeça, assistir filme em casa ou no cinema; jogar bola, brincar de casinha, pintar, dançar, empinar pipa ou andar de bicicleta? Enfim, uma infinidade de atividades que podem ser feitas, acompanhadas de pipoca, um picolé de frutas ou suco geladinho”, sugere. Para ela, quando a criança percebe que o adulto constrói a brincadeira junto a ele, que esta se divertindo, ela se sente segura e feliz.
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