
"Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa".
Essa foi a impressão registrada na Carta de Pero Vaz de Caminha, a mesma que mandou avisar que nas terras recém-descobertas, como diz a antiga expressão, “em se plantando, tudo dá”. A chegada ao que hoje é o Nordeste brasileiro foi retratada com algum acerto, mas agora sabemos que a região é muito maior e mais rica do que os primeiros europeus poderiam imaginar.
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São ao todo nove estados, cada um deles com cultura, história e, como seria de se esperar, gastronomia diferente. Uma das maiores regiões do Brasil, com o maior número de estados, é marcada tanto por climas áridos, sertões e caatingas, como uma enorme faixa litorânea. A diversidade encontrada é impressionante e, claro, a culinária não decepciona.
“Quando falamos de cozinha nordestina, temos que lembrar que é uma cozinha rica por causa dos vários biomas da região”, explica o chef Brenno Rodrigues, professor de gastronomia da Maurício de Nassau em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Ele diz que é possível facilmente dividir em dois “nordestes”: o litoral e o interior.
Perto da água, o consumo de peixes, crustáceos e frutos do mar recebe destaque. É por aí que encontramos a moqueca baiana, o marisco e o sururu pernambucanos e o camarão potiguar. Em direção ao sertão, passando por paisagens do agreste e da caatinga, a culinária começa a valorizar muito mais a carne de gado, principalmente de boi e de bode. Os miúdos também passam a figurar com força.
Existe algo que une todo o nordeste e é a criatividade que transforma ingredientes modestos em pratos deliciosos e populares. Em toda a região a carne de sol é consumida, mas muda bastante. “Em estados como o Ceará e Rio Grande do Norte é utilizada, por exemplo, na paçoca salgada. Em Pernambuco a carne se transforma em prato principal”, aponta o chef.
Na agricultura, algumas heranças de índios e africanos recebem lugar de destaque na mesa nordestina, como a macaxeira (ou aipim), o inhame, a batata doce, o milho e o jerimum. Nas receitas, passadas de geração em geração, ainda encontramos muito coco de dendê e frutas como abacaxi, acerola, cajá, caju, carambola, seriguela, coco, goiaba, graviola, jaca, manga, mangaba, pitanga, maracujá e sapoti.
Já está com vontade de correr para a cozinha? Confira abaixo receita e ingredientes tipicamente nordestinos:
Ginga com tapioca, a tradição das praias natalenses
Imagem: Reprodução site Tribuna do Norte / Alex Regis
E agora, vamos aprender a fazer esse delicioso prato de Natal? Confira:
E agora que você conhece um pouco mais da culinária do Nordeste, que tal compartilhar conosco quais os seus pratos típicos preferidos? Deixe seu comentário!
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