Digo sempre aos meus alunos que as empresas procuram o homem de R$ 1 milhão de reais.
- E quem é o homem de R$ 1 milhão de reais ? perguntam eles.
A área de gestão de pessoas das empresas tem ciência de uma coisa. Há um conhecimento médio no quadro funcional. Distribuído entre os vários setores. Agora, o que os gestores querem é o homem de ideias, criativo, inovador. Que agregue R$ 1 milhão de reais ao faturamento.
O estudo da criatividade, como capítulo de desenvolvimento na empresa, tem sido incrementado. Primeiro, porque, internamente, incentiva aumento de eficiência nos processos de gestão. E, segundo, porque, externamente, amplia a inovação em produtos e serviços. Elevando os diferenciais competitivos no mercado.
Na bibliografia que tenho lido sobre o tema, ficaram três conceitos:
a) Tentar novas alternativas porque seguir caminho conhecido resulta em produtos e serviços conhecidos;
b) Produzir ideias criativas não decorre de ato solitário, mas de trabalho cooperativo, solidário;
c) Não ter medo de errar.
Minha leitura mais recente sobre o assunto é Somos Todos Criativos (Ed. Benvirá, 2019), de Ken Robinson. Ele começa distinguindo imaginação, criatividade e inovação.
Imaginação é o processo de usar a mente para pensar em coisas que não estão presentes aos nossos sentidos.
Criatividade é o processo de desenvolver ideias originais que tenham valor.
Inovação é o processo de aplicar novas ideias na prática.
O autor defende a existência de cinco princípios:
1- Todos nós podemos aprender a ser mais criativos.
Brainstorming é só o primeiro passo. Ser criativo requer inspiração, habilidade, pesquisa, trabalho. E formar equipes.
2- Diversidade é terreno fértil para a criatividade.
Contratar pessoas parecidas com os chefes ou parecidas entre si reduz a criatividade. Porque esta vem com o contraste, a diferença, o contraponto. Diversidade é coerente com a transversalidade, própria do ambiente cambiante de mercado.
3- Criatividade trabalha em cooperação.
O ato criativo não surge na solidão. Mas é fruto da colaboração, do esforço conjunto, de grupo.
4- Culturas criativas são flexíveis.
Não existe estratégia única para desenvolver cultura de inovação. Ela nasce e cresce no incentivo, na descontração, nas trocas. E não dispensa a presença da liderança criativa.
5- Culturas criativas precisam de espaços criativos.
O ambiente físico reflete a cultura organizacional. Mesas redondas, sem cabeceira para o chefe; eliminação de placas anunciando cargos; dispensa de paletó e gravata. Padrões flexíveis de trabalho. E bom humor.
Nessa perspectiva, é hora saudar os estudantes deste semestre 2020.2 e expressar a confiança de que tenhamos um período letivo criativo e inovador.
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