A pandemia do coronavírus tem deixado muitos trabalhadores inseguros sobre as condições empregatícias e situação socioeconômica. De acordo com a Organização Mundial do Trabalho (OMT), fatores instáveis no corte de salário, redução no quadro de funcionários e até a própria conquista de um novo emprego, têm causado nas pessoas impacto profundo mundialmente.
Segundo o levantamento, em torno de 1,25 bilhão de pessoas estão empregada em setores duramente afetados pela paralisação das atividades com a pandemia da Covid-19, e correm o risco de ficar sem trabalho nos próximos meses. No Brasil, as medidas de isolamento, recomendadas pelo Ministério da Saúde, atingiram vários segmentos que fazem a economia girar. A pesquisa revela que as áreas a serem mais prejudicadas pelo desemprego são as de turismo, transporte e indústria automobilística.
O reflexo da crise para profissionais
A engenheira de produção Maria Izabel, junto a um grande grupo de colaboradores que trabalhava em uma empresa, começou a sentir esses impactos na pele. Ela nos conta que foi desligada, na última quinta-feira (9), sob a justificativa da necessidade de redução de quadro, em decorrência da crise que a pandemia tem causado. Apesar disso, ela acredita não tempo de ficar parada. E mesmo com as recomendações de isolamento, é necessário usar o que pode a seu favor e tentar estar inserida, o mais breve possível, ao mercado de trabalho.
“Sempre estou de olho nas vagas que estão surgindo, tanto nos grupos do WhatsApp quanto pelo LinkedIn, não tenho preferência por ser só aqui no meu Estado. Como sou solteira e não tenho filhos, onde surgir vaga, irei”, garante Izabel. Ela, no entanto, revela que, muitas vezes, tem receio de como o mercado de trabalho pode se fechar ainda mais para sua área de atuação.
Reinventar-se é preciso
O cenário de crise no meio corporativo amedronta empresas e, principalmente, o trabalhador. Contudo, ainda é possível se reinventar em busca de uma estabilidade financeira.
É o que explica a especialista em gestão, qualidade e positividade do desenvolvimento humano e organizacional, Lu Bazante. Segundo ela, uma das primeiras lições que esse período tem ensinado é adotar algumas competências comportamentais necessárias, para que todos tentem passar por ele da melhor maneira, ou da forma menos danosa.
“O momento tem nos mostrado que, cada vez mais, devemos ser flexíveis nas áreas de atuação profissional. E isso implica em não estarmos focado naquilo que aprendemos a executar a vida inteira. É importante estarmos preparados ou se preparando para situações que podem mudar a qualquer momento. Ter um modelo mental fixo impede que a gente experimente cenários novos e se adapte”, salienta a especialista.
Na prática, o exemplo se aplica em flexibilidade, comunicação e capacidade de resolver problemas complexos. E Isso inclui produtividade para conseguir trabalhar de qualquer lugar, fora do que seria em dias normais. Trabalhar a mente, controlar as emoções e a ansiedade também são fatores cruciais para ser produtivo e não adoecer.
Para os profissionais que enfrentam o desemprego, Bazante também reforça que cuidar da mente e atualizar informações em canais on-line estão entre os principais meios para se tornar visto, em plena quarentena. Também é importante entrar em contato com pessoas referenciais para pedir orientações. “Além de se mostrar nos canais de mídias sociais profissionais, neste momento, mais do que nunca, é preciso pensar em novas possibilidades de áreas de atuação. Dessa forma, investir em cursos gratuitos on-line que estejam ao seu alcance pode abrir chances para se aperfeiçoar em áreas que ainda não temos vivências ou conhecimento”, explica Lu.
Embora esteja recentemente desempregada, a engenheira de produção Maria Izabel nos revela que também tem buscado se aprimorar. Mesmo em isolamento, sua rotina é voltada a se qualificar fazendo cursos de Ensino a Distância (EAD). “Me qualificando, amplio meus conhecimentos. Conhecimento nunca é demais”, endossa.
Consciente das mudanças da nova era pré e pós pandemia, ela também identifica que sua outra experiência na área de logística pode lhe servir, caso não consiga emprego no setor que já atua. Mas, se ainda assim, ambos os segmentos se fecharem para o atual momento, seguirá prestando consultoria e buscando aprender novas lições, tudo em busca de sua estabilidade financeira e realização profissional.
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