
Por Giovanna Pordeus
Depois de relaxar durante as férias, para muitas famílias talvez seja difícil retornar com a rotina alimentar das crianças na volta às aulas. Todavia, não é tarde para atentar-se ao tipo e à qualidade dos alimentos na hora de montar a lancheira escolar dos pequenos uma vez que a variedade de produtos disponíveis no mercado tem crescido a cada ano, mas nem sempre a qualidade deles acompanha essa evolução. Com o objetivo de fornecer opções saudáveis, mas sem deixar o sabor de lado, nutricionista da UNINASSAU Petrolina ensina como prepar esses lanches.
De acordo com o Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), em 2022, no Brasil, foram registradas mais de 340 mil crianças entre 5 e 10 anos de idade com obesidade e isso pode ser reflexo de uma má alimentação infantojuvenil, já que no ano anterior, por exemplo, 80% das crianças de até 5 anos já tinham o hábito de consumir alimentos ultraprocessados, como biscoitos, sorvete, refrigerantes, etc., conforme aponta levantament do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), coordenado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A professora do curso de Nutrição da UNINASSAU Petrolina, Ingrid Rafaella Reis, explica que a vida corrida dos pais ou responsáveis e hábitos alimentares introduzidos de forma inadequada atrapalham e muito a alimentação saudável dos pequenos. “A mídia influenciando na compra desses produtos – com propagandas direcionadas ao público infantil – e a falta de uma abordagem mais expressiva de uma educação nutricional nas escolas, ambiente que elas passam boa parte do tempo, também são fatores que colaboram para que as crianças não desenvolvam bons hábitos alimentares”, acrescenta.
Ainda de acordo com a nutricionista, sempre é possível adaptar e balancear a dieta da criança, introduzindo, aos poucos, novas opções mais saudáveis e evitando alimentos industrializados, a exemplo de salgadinhos de pacote, refrigerantes e sucos de caixinha, ricos em açúcares, sódio e gordura saturada. “Para garantir um lanchinho balanceado, o ideal é que ele seja composto por todos os grupos alimentares: carboidratos e lipídios, para garantir energia; proteínas, para dar saciedade; além de fibras, vitaminas e minerais; e líquidos, como água e sucos”, orienta.
Uma boa estratégia para fazer a criança aceitar essa mudança mais facilmente é, inicialmente, unir opções não tão equilibradas nutricionalmente a opções mais naturais. "Propor dias da semana ou do mês para fazer essa troca (uma vez na semana, duas vezes por mês) e escolher apenas uma opção dentre as 'não saudáveis'. Já em relação aos lanches saudáveis, esses podem ser, por exemplo, um sanduíche e suco natural + uma fruta de preferência da criança; frutas cortadas em formas animadas + ovo de codorna cozido + pão de forma integral + requeijão cremoso; minibolo/cupcake caseiro de legumes – cenoura, beterraba) + fruta + suco natural; salgadinhos/chips de grão de bico, batata inglesa e temperar com azeite, ervas finas e orégano”, sugere.
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