Pre-con-cei-to. Segundo o dicionário Michaelis significa “opinião ou sentimento desfavorável, concebido antecipadamente ou independente de experiência ou razão”. Infelizmente essa definição cabe na experiência de vida de muita gente, que se viu tratado de uma forma negativa a partir de um pré conceito. E uma das formas de disseminar essa atitude e o racismo, é através da linguagem.
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Linguagem é poder, não à toa, a prática de ensinar a língua do dominador aos povos dominados era muito comum e uma das primeiras providências tomadas para a manutenção e garantia de controle das sociedades subjugadas. Isso acarretou num apagamento e enfraquecimento das culturas e identidades dos povos conquistados, que no Brasil foram as diversas etnias indígenas e africanas.
Infelizmente, muitas vezes as pessoas proferem discursos e utilizam expressões que reforçam preconceitos e fortalecem a crença racista que hierarquiza as culturas e as pessoas, contribuindo para o aprofundamento das desigualdades sociais.
Por isso nessa perspectiva de combate a discriminação racial, listamos aqui 5 expressões que devem ser abolidas do seu vocabulário. Confira:
“Índios são selvagens”
A noção de selvageria ligada às populações indígenas contribuiu por muitos séculos para justificar os processos de escravização a que esse grupo foi submetido no Brasil. Graças a diversos estudos no campo da antropologia e sociologia, essa noção foi mudando, mas eles ainda sofrem muito com o processo de aculturação causado pelos anos de apagamento de suas tradições e cultura. Ligá-los a uma noção de selvageria é perpetuar a ideia colonial que justificava a escravidão dessa população.
“Serviço de preto”
Outra expressão extremamente racista, associar a execução de um serviço mal feito à população negra e seus descendentes serve apenas para reforçar a ideia de que pessoas negras têm menos capacidades cognitivas que pessoas de pele branca ou de outra etnia. Esta parcela da sociedade brasileira que também sofreu com o processo escravagista, ainda é constantemente relacionada a adjetivos negativos como preguiça, mau caratismo e violência, que apenas reforçam as opressões estruturais a que este grupo ainda é submetido.
“Asiático é tudo igual”
Além de ser uma inverdade por promover uma generalização, pressupor que apenas uma característica física observável nas populações asiáticas, como o olho puxado os torne iguais, além de absurda é reducionista. O continente asiático tem mais de 40 países, com uma diversidade cultural e ética muito grande, sendo simplesmente impossível que esses povos sejam “todos iguais”.
“Judeus são avarentos”
A habilidade para o comércio dos judeus é muito conhecida, infelizmente, para muitos isso é sinônimo de egoísmo e até mesmo mesquinhez, pensamento que não cabe dentro da perspectiva capitalista a qual estamos inseridos. Assim como os africanos, os judeus também passaram por um processo histórico de escravização, que no caso deles, aconteceu nos campos de concentração alemãs na época do regime nazista de Hitler. Isso acarretou no confisco de todos os bens dos judeus para justificar sua subjugação, colocando-os enquanto pessoas de segunda categoria, fazendo alusões inclusive, entre os judeus e os ratos.
“Árabes são terroristas”
Generalizar todo o povo árabe e ligá-lo diretamente a atos terroristas é desonesto e preconceituoso. Pra começar, apenas uma pequena parcela da população é considerada fundamentalista religiosa - até mesmo porque, nem todos os árabes são da religião muçulmana - portanto, esta seria uma inferência injusta, pois, responsabilizar todo um continente - ou mesmo um país - pela atitude de alguns grupos extremistas não pode - e jamais poderá - representar o posicionamento de toda uma nação. Nem todo muçulmano é terrorista, como nem todo árabe é muçulmano.
Fazendo esse pequeno exercício de reflexão sobre como falamos acerca de outros povos e culturas, poderemos combater de forma efetiva e consciente o racismo e o preconceito na sociedade.
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