Escrito por Maya Santos
“A música salvou minha vida”. No país que mais mata pessoas trans, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a frase dita pela
DJ pernambucana Boneka cria um imaginário de possibilidades para o grupo.
Carregando em sua essência a diversidade, o cenário musical brasileiro é um espaço que ainda não valoriza com veemência as produções realizadas por pessoas trans e não binárias. No entanto, é a diversidade, que não se limita apenas à sonoridade e às composições, quem dá o tom, seja no streaming ou nos palcos.
Com o objetivo de celebrar o Mês da Visibilidade Trans, oficialmente celebrado neste dia 29 de janeiro, reunimos 5 artistas trans do Brasil para você conhecer e adicionar em sua playlist. Confira!
LINIKER
Nascida em 3 de julho, Liniker de Barros Ferreira Campos é uma cantora, compositora, atriz e artista visual brasileira trans. Ex-integrante da banda Liniker e os Caramelows, compõe e canta canções dos gênero soul e black music.
Com mais de 1 milhão de ouvintes mensais no Spotify, a artista possui três álbuns autorais na rua. São eles: Remonta, Goela Abaixo e Índigo Borboleta Anil. Em 2022, Liniker foi a primeira artista transgênero a ser premiada no Grammy Latino. Com conquistas em duas categorias, a paulista recebeu o prêmio de “Melhor Álbum de Música Popular Brasileira” com “Índigo Borboleta Anil” e o de “Melhor Canção Brasileiro” com a música “Baby 95”, que faz parte do disco lançado em 2021.
MAJUR
Com canções do gênero R&B e MPB, Majur dos Santos Conceição, ou simplesmente Majur, abordam temas como relações afetivas e empoderamento. A cantora, compositora e modelo brasileira, nascida em 21 de outubro de 1995, é natural do bairro Uruguai, em Salvador, Bahia.
Reunindo 445.528 mil ouvintes mensais, a artista tem dois lançamentos de estúdio, sendo ARRISCA (2023) e Ojunifé (2021). Majur recebeu o prêmio nacional “Orgulho 2019”, como “Artista Revelação” e por voto popular, com a música “Ela mesma”.
BIXARTE
Bianca Manicongo, conhecida artisticamente como Bixarte, tem colecionado fãs pelo país. Cantora, compositora, rapper, atriz e poetisa, a artista paraibana conquista público através do gêneros do Rapper, Pop, Funk e R&B.
Com mais de 24 mil ouvintes mensais, Bixarte possui dois álbuns de estúdio: Faces (2019) e Traviarcado (2023), além de um disco “Bixarte no Estúdio Showlivre Colmeia 22” (2021). Com a canção ‘Cê não faz’, a cantora, poeta e compositora Bixarte foi a grande campeã da 3ª edição do Festival de Música da Paraíba. Além disso, em 2021, a cantora levou nove prêmios no 1º Prêmio Toroh de Música Independente da Paraíba.
ENME
Enme é uma artista queer natural do Maranhão, cantora, compositora e rapper que traz na sua sonoridade, o funk, trap, o hip hop e o afrobeat misturados aos ritmos e tambores nordestinos.
Em 2019, a maranhense lançou seu primeiro EP e foi premiada no Festival Sons da Rua em São Paulo. A produção visual do seu EP teve destaque na Vogue Italiana. No ano de 2020 a artista se apresentou para mais de 2 milhões de pessoas no Carnaval de Recife. Seu trabalho mais recente é intitulado “ATABAKE” (2022) e reúne 9 canções.
CAETANA
Caetana é a primeira travesti cantora de frevo, forró e coco de roda no mercado da música brasileira. Atuando como figura pública, influencia mudanças na cena tradicional de música do nordeste, abrindo caminhos para cantores LGBTQIA+ mais novos, que iniciam no segmento musical.
Seu domínio artístico da dança, da música percussiva, e da criação de música autoral, sobressaem-se por sua originalidade. A artista, possui mais de 16 anos de produção, iniciando-se artista já em 2007 a partir de Recife.
Em 2023, lançou o álbum “Caetana - Deluxe Afronordestina”, que tem produção assinada por Passarinho e Erami Neto, além de colaboração dos artistas Deize Trigona, Nilla, La Rubia e Formiga Dub. Caetana também atua como produtora executiva, produtora de campo, realizadora em audiovisual na criação, direção e produção de curtas e clipes.
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